domingo, 20 de outubro de 2013

O Modernismo

Neste momento, o pré-modernismo já sugeria os conceitos inovadores que se destacariam anos depois com a consolidação do Modernismo. A Belle Époque (aproximadamente 1900-1910), surgida na França, é resultado de um período otimista que se reflete nas artes, como o cinema, e nos níveis sociais, com o Cancan dos Cabarés e o glamouroso Moulin Rouge. Paris torna-se a capital mundial da cultura e os boulevards, livrarias e teatros consolidam a imagem da prosperidade intelectual e cultural francesa. Esta "atmosfera" entende-se até meados da década de 40 e consagra um período de ebulição cultural, política e social na Europa.

Nas primeiras décadas do século XX, Einstein anuncia a Teoria da Relatividade, Santos Dumont voa com o 14 Bis, Auguste Lumière concebe a fotografia colorida e, nas artes plásticas, surge o cubismo de Picasso e Braque. O escritor e teatrólogo francês, Antonin Artaud, é uma das figuras mais influentes no meio intelectual francês e europeu. Os movimentos vanguardistas, como o Art Nouveau na pintura e principalmente arquitetura, buscavam conceitos artísticos que represen- tassem as novas tendências da humanidade, mas principalmente, uma reação aos valores europeus dos últimos três séculos, movidos pelas incertezas políticas e pela psicanálise de Freud.

O arquiteto Le Corbusier foi um dos destaques modernistas, enquanto na música, Stravinsky e Shoenberg são ícones do movimento, além de Debussy, Satie, Stockhausen, John Cage e outros. Na Literatura Modernista, que de certa forma combinava-se com o Simbolismo, consagrou autores como T. S. Elliot, James Joyce, Fernando Pessoa, Apollinaire e Franz Kafka. A Staatliches Bauhaus, escola alemã de artes e arquitetura fundada em 1919, foi uma das maiores propagandistas e precursoras de movimentos vanguardistas até 1933, quando foi fechada pelo estado nazista na república de Weimar, sob a pena de "degenerar" a arte pura européia combinando-a com outras influências (orientais, por exemplo). Sendo esse conceito exatamente o oposto dos ideais fascistas que promulgavam a superioridade dos europeus.

Expressionismo

O Expressionismo surge em 1905, mas ganha força após a Primeira Guerra Mundial. O Expres- sionismo busca retratar a realidade com as proporções sentidas, não apenas reproduzir a realidade. Assim como o Cubismo busca mostrar vários pontos de vista em vários tempos, o Expressionismo também vem afirmar esteticamente que não existe uma realidade única. De certa forma, compartilha características comuns com o romantismo, como o subjetivismo, além do cubismo e simbolismo, e soa como uma reação artística à Primeira Grande Guerra. Nesse momento, há também uma influência das artes africanas e orientais dentro do contexto europeu.


O norueguês Edvard Munch é um dos precursores do expressionismo e sua influência estenderia-se e tornaria-se uma das mais intensas nos anos seguintes do movimento. Vincent van Gogh, que cometeu suicídio em 1890, portanto, 15 anos antes do surgimento "oficial" do Expressionismo, também teve grande influência entre os pintores expressionistas.

Cinema

No cinema alemão o expressionismo encontrou sua tradução para as massas. Os filmes O gabinete do Dr. Caligari (1920) e Nosferatu (1922), inspirado no livroDrácula de Bram Stoker (1897), Metrópolis (1927) eDrácula (1932, com Bela Lugosi no papel principal) são símbolos do expressionismo. Ainda no cinema, na década de 40 surgiu o Cinema Noir.

 


Baseado em Literatura policial, Cinema Noir tem como principais características detetives astutos, policiais inflexíveis, damas sensuais e vilões perversos, envolvidos em investigações e tramas conspiratórias. Outro elemento importante do Cinema Noir é a ambientação das tramas, que ocorre geralmente nas metrópoles americanas, envolvidas em uma atmosfera de sombras e mistério. Como nos filmes expressionistas, a fotografia em preto e branco ressalta este clima soturno.


A expressão Nouvelle Vague, criada pela escritora Françoise Giroud, surge na revista francesaL''Express em 1958, inicialmente, para designar um fenômeno contestatório dos movimentos artísticos. Porém, esta expressão viria fixar-se para definir o movimento cinematográfico francês que surge nesta mesma época.


Influenciada pelo neo-realismo italiano e por diretores norte-americanos como Alfred Hitchcock, John Ford e Howard Hawks, a Nouvelle Vague recria a linguagem cinematográfica e aborda essencialmente questões existencialistas, praticamente abandonando temas corriqueiros como política e sociedade. Ainda, traz como uma de suas propostas técnicas, a reação aos aspectos convencionais do cinema, principalmente, a narrativa. Nesse contexto, enquadram-se também obras de baixo orçamento com equipes reduzidas e filmagens em locais públicos.

Essas características influenciaram toda a cinematografia mundial, inclusive o cinema novo brasileiro. Jean-Luc Godard e François Truffaut são as maiores referências da Nouvelle Vague francesa. Algumas das principais obras da fase inicial da Nouvelle Vague são Acossado (de Godard), Os Incompreendidos e Jules et Jim, (François Truffaut), Hiroshima, Mon Amour (Resnais - 1959), Paris Nos Pertence (J. Rivette - 1960) e Trinta Anos Esta Noite (Louis Malle – 1963).

O sueco Ingmar Bergman também teve papel significativo. Entre seus filmes, destacam-se O Sétimo Selo (1956), onde um homem aposta sua vida jogando xadrez com a morte; Morangos Selvagens (1957), Persona (1966), Gritos e Sussurros (1972), e O Ovo da Serpente (1976), entre outros de intensa densidade dramática.

Impressionismo

O movimento impressionista, que buscava uma precisão maior nas cores e suas combinações, teve Renoir e Monet como suas principais referências na pintura. A música impressionista passa a descrever imagens e algumas obras trazem títulos como Reflexos na Água (Claude Debussy – França 1862 - 1918) baseada em estruturas modais do Oriente e do período medieval.

Dadaísmo


Em 1916, na cidade suíça de Zurique, surge o movimento vanguardista denominado Dadaísmo, que é compreendido por alguns como uma resposta das artes à 1ª Guerra Mundial. Caracterizado pela oposição a todo tipo de coerência e equilíbrio artístico, o dadaísmo abandonou os rigores acadêmicos e destacou a liberdade criativa através da arte abstrata. Seu slogan era: "A destruição também é criação".

Até mesmo a palavra dada foi escolhida ao acaso para batizar o movimento. Hugo Ball e Tristan Tzara, dois dos fundadores do dadaísmo, escolheram, aleatoriamente, uma palavra num dicionário alemão-francês. Dada, que em francês significa "Cavalo de Pau" numa linguagem infantil (pré-lógica) era um termo suficientemente vago e desconexo; ou seja, o ideal para representar o "espírito dadaísta".

O dadaísmo desenvolveu-se principalmente na literatura e artes plásticas até aproximada- mente 1921. Mas suas bases foram essenciais no modernismo. Principalmente para o Surrealismo, que é derivado direto do dadaísmo.

Surrealismo


Em 1924, a publicação de Manifesto do Surrealismo, de André Breton (inspirado pelos conceitos psicanalíticos de expressão do Inconsciente), marcou oficialmente o surgimento do movimento. No surrealismo, a criação artística manifesta-se livremente de modo a criar uma realidade subjetiva. Temas como a fantasia, tristeza e melancolia também são abordadas no surrealismo.

Na década de 20 o Surrealismo desenvolve-se também no Cinema. Um cão Andaluz (1928) do espanhol Luis Buñuel escrito em parceria com Salvador Dali é considerado um manifesto do cinema surreal. Dois anos mais tarde, Buñuel produz A Idade do Ouro, outra referência do movimento. O Anjo Exterminador, A Bela da Tarde, O Discreto Charme da Burguesia e o Obscuro Objeto do Desejo, também são obras significativas de Bruñel. Em 1932, o francês Jean Cocteau produz Sangue de um poeta.

No cinema surrealista não há preocupações com enredos. Apenas as imagens expressam desejos irracionais através de metáforas visuais. Além do desprezo pela burguesia, convenções morais, religiosas e políticas.

Cabaret Culture

Oficialmente, a Cabaret Culture compreende o entre-guerras (1918-1939). Mas antes, os Cabarés já reuniam vanguardistas que filosofam sobre política e inovadoras tendências artísticas. A "cultura de cabaré" instaura movimentos que se denominam underground, alternativo ou contra-cultura pelos pensadores. As obras do escritor Bertold Brecht e do músico Kurt Weil (ambos alemães) são sólidas referências deste período. Enquanto o fascismo de Benito Mussolini e Stalin e o nazi-fascismo de Hitler impunham a tirania sobre a Europa.

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